terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A rua do super herói...

ATENÇÃO: O tema sobre o qual me vou debruçar é muito delicado, assim, aos mais sensíveis, aconselho a não lerem o que se segue.
Não sei bem por onde começar, mas como tudo na vida tem um ínicio e um fim, vou optar por começar algures no meio na esperança de chocar o menos possível com as minhas próximas palavras...



Pensando melhor, não me irei "castrar" nas palavras que vou escrever e estou certo que o máximo que pode acontecer, será algumas pessoas ficarem tão chocadas com o meu texto, quanto o que eu fiquei com esta noticia que invade nos últimos dias os meios de comunicação social. Convinhamos também que Carlos de Castro era bem frontal e defendia a total frontalidade em tudo o que dizia e pensava.



"Um grupo de amigos e admiradores de Carlos de Castro , entre os quais, Filipe La Féria, Vítor de Sousa e Eládio Clímaco, vai propôr à câmara de Lisboa que seja dado o nome do coronista social a uma rua da Cidade." In sic.sapo.pt



Se me permitem, começo por fazer uma emenda à noticia que se espalha pelos medía, sendo que a notícia deveria ser: "Um grupo de AMIGAS e admiradores de Carlos de Castro, entre os quais, Filipe La Féria, Vítor de Sousa e Eládio Clímaco, vai propôr à câmara ......"

Feita a correção, gostava de perguntar às "amigas" se têm noção do grave que seria a concretização deste devaneio cerebral?

Imaginem que daqui a uns anos, indo eu a passear por Lisboa com o meu neto pela mão, entro na Rua Carlos de Castro e o meu neto pergunta... "Avô quem é o Carlos de Castro??"

Vamos ver a opções que eu teria se tivesse de me confrontar com este pesadelo:

  1. Primeira opção-> MENTIR: "oh meu querido neto, Carlos de Castro foi um conquistador alto e espadaúdo que um dia rumou a África e com a força dos ventos foi dar a Nova York onde morreu heroicamente numa batalha desonesta contra um jovem modelo..." - Se tivesse a frieza de na altura sair com este discurso com certeza que deixaria o meu neto boquiaberto e possivelmente faria figura de parvo quando na escola orgulhosamente afirmasse que sabia quem teria sido o "herói Carlos de Castro". Notem que como qualquer criança, haveria a hipótese de adotar o Carlos de Castro como seu herói de eleição e quem sabe usar uma "capa voadora a dizer C C"!!

  2. Segunda opção-> A VERDADE: a verdade recusar-me-ia a contar, pois ele jamais compreenderia a razão pela qual se dava o nome a uma rua da capital de um país da União Europeia de um senhor que em abono da verdade muito pouca gente gostava e que nada mais fazia da vida do que dizer mal de tudo o que se movimentava e ia contra aos seus ideais!

  3. Terceira opção (estou certo que esta seria a que eu utilizaria)-> ESCAPAR À RESPOSTA: "oh meu querido neto... o avô depois explica, mas agora, tenho que ir cagar ali ao café SEABRA!!"



Eu até aceito que se dê o nome de cereais a uma rua Sésamo, de pescadores de peixe para fazer pasteis à rua dos Bacalhoeiros, que se homenageie a Odete Santos como a rua da Triste Feia , que se inspirem na Rita Pereira para batizar a rua da Fresca e até se lembrem da Fátima Felgueiras na rua do Saco, agora, uma rua em homenagem a Carlos de Castro????? OS TOMATES MEUS CAROS... OS TOMATES!!!! Perdão pela infeliz coincidência mas não me surge outra expressão para mostrar a minha total discórdia perante esta ideia inteiramente descabida!



Ás "amigas" e admiradores de Carlos de Castro aconselho vivamente que respeitem a cidade e mantenham as suas homenagens um pouco mais discretas. Caso não tenham conhecimento, e como não quero ser apenas um crítico destrutivo sem arranjar soluções, após uma curta pesquisa encontrei o local ideal para que sejam feitas as devidas homenagens ao vosso amigo. Quem desce a rua da Regueira, que curiosamente uma palavra da família de rego, encontra do seu lado direito o Beco Bicha que estou certo que será o local perfeito para colocar umas lindas flores, floriados e quem sabe uma plantação de legumes.

Deixem o senhor descansar em paz ... O que foi feito, já foi uma justa e suficiente homenagem...